Hoje marca o início da emocionante contagem regressiva para o TEDxJundiaí, que está a apenas 1 mês de distância! Estamos entusiasmados em compartilhar com vocês que, no decorrer da próxima semana, iniciaremos o anúncio dos incríveis palestrantes que farão parte deste evento transformador.
Aqui no blog você já conheceu a equipe que está por trás da primeira edição do evento, que vai acontecer no dia 30 de setembro no Espaço Expressa. Se ainda não leu a postagem sobre a equipe, corra que dá tempo :). Para iniciar nossa contagem regressiva, trazemos ao blog uma entrevista com o idealizador deste projeto, Rafael Testa, apaixonado por ideias que acreditou que Jundiaí merecia um evento do tipo TED. Através do TEDxJundiaí (evento organizado de forma independente sob uma licença oficial TED), o objetivo do organizador é promover um espaço para ideias inovadoras e histórias inspiradoras, um lugar onde as vozes de Jundiaí e região possam ecoar e se conectar para criar um legado duradouro.
Rafael Testa é jundiaiense, filósofo de formação e pesquisador do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Universidade Estadual de Campinas (CLE-Unicamp). Neste bate-papo ele conta um pouco sobre a sua história e as motivações para trazer o TEDx à cidade de Jundiaí. Confira a entrevista na íntegra.
TEDxJundiaí: Quem é o Rafael Testa? Você é de Jundiaí? Pode contar um pouco sobre a sua história?
Rafael Testa: Eu sou de Jundiaí. Eu me mudei para Campinas para fazer a faculdade, e voltei a morar na cidade há aproximadamente 7 anos. Tenho 40 anos, sou formado em Filosofia, na área de lógica.
TEDxJundiaí: O que você mais gosta de fazer?
R.T: Olha, eu gosto bastante do meu trabalho, do meu trabalho de pesquisa, que é basicamente ler, escrever, fazer e criar coisas novas, orientar alunos, dar aulas…
TEDxJundiaí: O que você detesta?
R.T: Fazer alguma coisa que eu já ia fazer, mas alguém me manda fazer.
TEDxJundiaí: Pelo que vi no seu currículo, a Filosofia vem te acompanhando desde a graduação. Por que escolheu esse campo?
R.T: Nossa, boa pergunta! Deixa eu pensar porque eu escolhi esse campo… Bom, quando a gente tem 17, 18 anos não sabe muito bem o que quer da vida. E eu tinha um sentimento de que não queria ser rotulado enquanto um profissional de uma área específica… “Ah, ele é x, ele é y”… um rótulo pra toda a vida! Eu sempre gostei de ler, de escrever e do conhecimento. Do conhecimento pelo próprio conhecimento. E eu tive mais contato com a Filosofia, seus autores clássicos, com um professor de História. Ele sempre emendava um tema filosófico nas suas aulas. Eu me interessei bastante pela proposta, então pensei: “ah, vou fazer Filosofia até decidir o que eu quero da vida. Até escolher a minha profissão… o meu rótulo”. Até então eu não tinha a Filosofia como o trabalho da vida. Até então era para aprimorar o meu conhecimento, aprimorar o meu saber, e depois eu poderia escolher a minha profissão com mais maturidade… mas então na faculdade, na Universidade, eu entendi que a Filosofia poderia, ela mesma, ser uma profissão.
TEDxJundiaí: E você já emendou graduação, mestrado, doutorado? Como é que foi?
R.T: Emendei. Emendei mestrado e doutorado pela questão do gosto mesmo, né? Mas também teve a questão pragmática, porque era o que pagava as minhas contas, porque estava com uma bolsa de pesquisa e aí consegui ir bem na prova do mestrado, conquistando a bolsa do mestrado. Pragmaticamente estava pagando as minhas contas e acabei ficando, por motivos óbvios. Mas claro, não foi nenhuma obrigação ficar na Filosofia, na Lógica, porque era realmente o que me realizava. E nisso acabei descobrindo a área acadêmica – e por fim fui ficando na Universidade. Coisa que de fora a gente não tem muita ideia. As pessoas fazem faculdade para seguir alguma profissão mais tradicional – criando essas caixinhas, esses rótulos – mas tem este outro lado, a posição de estar na academia, e não apenas como professor mas também como pesquisador… e aí descobri e me apaixonei.
TEDxJundiaí: Como e quando você descobriu o TED?
R.T: O quando eu não vou saber precisar… Parece que eu sempre conheci, porque ele sempre esteve no nosso radar. Dentro das pesquisas eu me deparava com alguns vídeos do TED, às vezes pesquisava algum tema e achava o conteúdo. Na época em que eu fiz a graduação e o mestrado, essa coisa da produção do audiovisual dentro da internet não era tão forte. No começo de minha graduação o Youtube não existia. Isso veio depois, 2004? Não sei. Mas o fato é que quando começou o Youtube, e começamos a pesquisar pelo Google, que também não existia antes disso, o que entregava bastante eram os vídeos do TED. O que era fora do acadêmico eram os vídeos do TED, com conteúdo de qualidade, especialistas na área, porém fora de uma linguagem técnica. Então acredito que tenha sido logo quando começou esse lance do audiovisual mais presente na internet que o TED entrou na minha vida, e eu sempre busquei referências ali.
TEDxJundiaí: A sua trajetória acadêmica te influenciou de alguma forma para trazer o TEDx para Jundiaí?
R.T: Sim. Totalmente. Recentemente eu escrevi sobre isso. Eu estava refletindo sobre o porquê do TEDxJundiaí, porque nem eu sabia direito porque eu trouxe o TEDx. É o tipo de coisa que a gente vai fazendo e depois para para pensar o porquê. Sim, eu vejo como uma extensão do meu próprio trabalho. Tem uma coisa na academia que a gente chama de tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão. Uma coisa não se sustenta sem a outra. Eu gosto do meu trabalho, que é a pesquisa. Para fazer a pesquisa eu preciso dar aula, pois é justamente onde entro em contato com os principais problemas em aberto da minha área, e tem a extensão, que visa levar o conhecimento acadêmico para além dos limites da universidade… algo próximo ao que eu entendo do TED. Não que o TED seja, em si, uma atividade de extensão universitária. Mas, para mim, é algo muito próximo: pegar o conhecimento e levar para fora da academia e trazer pessoas da comunidade não acadêmica para um diálogo sobre conteúdos que normalmente estão dentro da Universidade, então é uma ponte: de achar uma linguagem que as pessoas entendam em um formato que elas gostem. Algo muito próximo ao propósito dos eventos do tipo TED. Então, sim, certamente o meu trabalho acadêmico, tecnicamente, é responsável pela ideia de trazer o TEDx para Jundiaí.
TEDx Jundiaí: Como que foi a ideia de trazer para Jundiaí? Quando foi? Pode me contar um pouco como esses trâmites aconteceram?
R.T: Bom, primeiro a ideia veio de tudo o que eu falei. E tem também a questão do conteúdo audiovisual… e seria injusto eu não citar o trabalho da Tainan, que é quem está na equipe como produtora. Por causa da pandemia eu acabei ajudando bastante a Tainan na MOV8, a sua Produtora. Então acabei aprendendo também a trabalhar com audiovisual. Aprendi mais sobre essa linguagem principalmente com o seu programa, o Francamente, que é um podcast e programa de rádio. Eu vi que tinham ideias, projetos e pessoas interessantíssimas em Jundiaí – baseado nas pessoas que são entrevistadas por ela no programa – então tive esse insight em fazer o TEDx Jundiaí para trazer estas pessoas para falar para um outro público, e em um formato consolidado e respeitado mundialmente. Então acredito que essa experiência na Produtora e apoio da Tainan me ajudou a ver que era possível. Agora, burocraticamente, foi preciso me inscrever pra uma licença oficial, colocar as ideias para o evento, preencher questionários… Não sei se isso influenciou, mas acredito que minha experiência no meio acadêmico, com realização de eventos e congressos, contribuiu para que a licença fosse aceita. E claro, teve também as sugestões de possíveis palestrantes para o evento: pessoas com repertório. Então é isso… graças ao meu contato com a produção audiovisual, eu consegui unir as coisas.
TEDx Jundiaí: Quais são os planos futuros para o TEDx Jundiaí?
R.T: Olha, modéstia parte, eu espero que ocorra todo ano e que vire uma referência para a cidade. Com a ajuda dos voluntários, e claro, dos palestrantes, a ideia é construir um lugar onde as vozes de Jundiaí e região possam ecoar, se conectar… e criarmos juntos um legado duradouro.
Olá!
Como foram feitas as escolhas dos palestrantes?
Olá Maristela! Os palestrantes foram escolhidos pela curadoria do evento, procurando garantir a qualidade exigida pela licença TED e também permitir a maior variedade possível de ideias, pessoas e vieses. Abrimos um formulário para mapear possíveis interessados… e teve muita (mas muita mesmo!) ideia interessante que infelizmente precisamos deixar para as próximas edições.